domingo, 15 de novembro de 2009

Seminário Internacional e Lançamentos .

1-      Seminário Internacional

 

Comunicações e Desenvolvimento em tempos de convergência de mídias 23, 24 e 25 de novembro, no BNDES, Rio de Janeiro

Coordenação: Prof. Marcos Dantas/UFRJ

Inscrições para seminario@centrocelsofurtado.org.br

Envie: Nome, instituição, telefone e e-mail.

 

      O Centro Celso Furtado promove de 23 a 25 de novembro de 2009, nas vésperas da 1ª  Conferência Nacional de Comunicação,  o Seminário Internacional  Comunicações e Desenvolvimento em tempos de convergência de mídias.


      A indústria de comunicações, considerando os produtores de conteúdo, operadores de infra-estrutura e fabricantes de equipamentos, representa 7,4% do PIB mundial. No Brasil, só o setor de telecomunicações contribui para 6,2% do PIB nacional. Essa indústria passa por grandes mudanças econômicas, políticas e culturais, no mundo e no Brasil, identificadas ao fenômeno da "convergência de mídias". Tendo por suporte as novas tecnologias digitais de informação e comunicação, trata-se de um processo que tende a convergir para uma mesma plataforma de entrega de serviços, as mais distintas atividades empresariais e sócio-culturais que, até recentemente, segmentavam o campo das comunicações em radiodifusão, telecomunicações, informática, cinema, fotografia, impre nsa etc.

     

      Está em curso uma completa reconfiguração econômico-produtiva da indústria de comunicação. Nas duas últimas décadas, grandes conglomerados empresariais, na maioria sediados nos Estados Unidos, assumiram a liderança do campo, operando em todos os seus segmentos, a exemplo dos grupos Time-Warner, Murdoch, Disney, Microsoft, etc. Daí, essa indústria que, até os anos 1980, tinha características marcadamente nacionais, mostra-se hoje francamente mundializada, sendo cada vez menores as possibilidades de sobrevivência a médio prazo de produtores ou operadores estritamente nacionais.

      

      Neste cenário, a América Latina e, nela, o Brasil, enfrentam dois debates centrais. O primeiro, quase que estritamente no âmbito político-empresarial, trata dos ajustes das empresas nacionais a essa nova situação. Elas serão pura e simplesmente desnacionalizadas? Ou será possível a implementação de políticas públicas que as defendam e fortaleçam? O segundo debate trata de questões bem mais amplas, envolvendo a democracia, a cidadania e mesmo o futuro das culturas latino-americanas e brasileira. No caso do Brasil, após os avanços obtidos na Constituição de 1988, com a aprovação de seu capítulo sobre a Comunicação Social, nada mais veio a ser efetivamente feito. Na América Latina, diversos países estão definindo novas políticas voltadas para a defesa de suas culturas e fortalecimento de suas democracias.

      

      Tendo esse pano de fundo por cenário, o Governo do Presidente Lula acaba de convocar a Iª Conferência Nacional de Comunicação (Iª Confecom). Simultaneamente, em outros países da América do Sul, a exemplo da Venezuela, do Equador, da Bolívia, da Argentina ou Paraguai, seus governos também tomaram a iniciativa de abrir um debate sobre as condições econômicas e institucionais de seus respectivos sistemas de comunicações. Parece crescer, em parcelas das sociedades de muitos países, em meio a outras lutas por melhorias das condições econômicas e sociais de seus povos, forte percepção de que seus sistemas de comunicação não estariam em consonância com o momento dinâmico pelo qual passam essas sociedades.

      

      A América do Sul, como atestam as políticas atualmente em curso na maioria dos seus países, está buscando construir um novo padrão de desenvolvimento. Nisto, as comunicações terão papel central. Qual? Há quase 30 anos, debate similar sobre as relações entre comunicações e desenvolvimento foi travado em todo o mundo, tendo por marco a publicação, pela Unesco, do estudo Um mundo, muitas vozes, mais conhecido por "Relatório McBride". Agora, o debate precisa ser retomado, sem ignorar, entretanto, a realidade da internet, da TV fragmentada, das comunicações móveis, da mundialização instantânea da informação e, sobretudo, do poder atingido pelas corporações mediáticas mundializadas. Suscitar e promover esse debate é o propósito do Centr o Internacional Celso Furtado, fiel ao espírito de seu patrono e inspirador. Para isto, será realizado o Seminário Comunicações e Desenvolvimento em tempos de convergência de mídias.

      

       Para este encontro já estão confirmadas as presenças dos seguintes pensadores e estudiosos latino-americanos: Susana Sel (Argentina), Daniel Antonio Hernandez (Venezuela), Juan Diaz Bordenave (Paraguai), Luis Ramiro Beltran (Bolívia). Entre os brasileiros que já confirmaram presença, relacionam-se os professores Adilson Cabral, César Bolaño, Denis de Moraes, Marcos Dantas.  

 

PROGRAMAÇÃO

Dia 23/11 ÀS 17 HORAS.

Conferência de abertura.

 

Dia 24/11

9h30 Painel "Comunicações e desenvolvimento: velhos desafios, novas circunstâncias"

      

       Em 2010, o "Relatório McBride" completa 30 anos. O documento marcou o centro de um debate sobre as relações entre as comunicações e o desenvolvimento dos países da periferia capitalista. No entanto, a partir do final do século XX, este como tantos outros temas foram ofuscados pela onda "globalista" e "neo-liberal", deixando de ser polemizados nos termos da divisão internacional de poder e de trabalho que caracteriza as relações internacionais, inclusive nas comunicações. Este painel terá como objetivo resgatar esse debate e buscar indicar os desafios teóricos e políticos para a sua atualização.

Painelistas convidados: Luis Ramiro Beltran (Bolívia, confirmado), Juan Diaz Bordenave (Paraguai, confirmado), Marcos Dantas (UFRJ, Brasil, confirmado).

 

14h00 Painel "Movimentos políticos e sociais na América do Sul"

      

       Em boa parte da América do Sul, estão sendo redefinidas política e legalmente, as regras de operação dos meios de comunicação, visando comprometê-los com os objetivos de desenvolvimento social e nacional de nossos países. Esse painel terá por objetivo discutir os sucessos alcançados e as dificuldades encontradas por essas políticas

Painelistas convidados: Susana Sel (Argentina, confirmada), Daniel Hernandez (Venezuela, confirmado), Denis de Moraes (UFF, Brasil, confirmado).

 

Dia 25

9h30 Painel "Cenário das comunicações brasileiras pela ótica dos negócios"

      

       No Brasil, o segmento empresarial está envolvido em forte polêmica que tem a convergência por pano de fundo, e se expressa nos debates sobre o projeto de lei nº 29 (PL-29) ou sobre as regras mesmas de organização da I Confecom. Conhecer e discutir as posições dos diversos segmentos, bem como tentar entende-la no cenário político-econômico atual será o objetivo desse painel.

Painelistas convidados: Evandro Guimarães (Rede Globo e Abert, confirmado), César Bolaño (UFS, confirmado), outros executivos e pesquisadores ainda a confirmar.

 

14h00 "Cenário das comunicações brasileiras pela ótica social"

      

       A emergência de novos movimentos sociais, para além da clássica dicotomia "capital/trabalho", e a forte presença no debate político dos trabalhadores em geral e dos trabalhadores em comunicação, particularmente, redesenham a agenda de discussão. Por um lado, entra na lista de reivindicações, a universalização da banda larga e políticas públicas de "inclusão digital". Por outro, sustentam-se teses herdeiras de um passado não resolvido sobre a "democratização das comunicações" em termos de uma nova regulamentação para a radiodifusão ou "controle social da mídia". Os debatedores deverão apresentar as suas distintas expectativas sobre o futuro democrático e público das comunicações brasileiras .

Painelistas convidados: Adilson Cabral (UFF, Brasil, confirmado), outros pensadores e ativistas ainda a confirmar.

 

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