O deputado Emiliano José (PT-BA) destacou na Câmara a importância da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá em dezembro deste ano. Para o parlamentar, o evento se constituirá num fato histórico, apesar de todas as dificuldades para sua realização.
"Os obstáculos são colocados principalmente pelo empresariado do setor. Obstáculos aparentemente incompreensíveis, mas bem olhados, postos exatamente pelos que pretendem deixar tudo como está. O seleto grupo de famílias que controla a comunicação no Brasil quer manter intacto o monopólio do discurso", afirmou.
Emiliano acredita que, de qualquer modo, a conferência será um passo adiante na perspectiva da democratização da comunicação no País. "Foi o presidente Lula que tomou a iniciativa de convocar a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, atendendo aos reclamos de vastos setores da sociedade brasileira, que não se conformam com a concentração da comunicação nas mãos de umas poucas famílias desde há muito tempo".
O deputado acentuou que a grande mídia, ao tratar do tema, editorializa e desrespeita a Conferência. "A Folha de S.Paulo, de 15 de agosto, tenta fazer duas coisas: descredenciar o governo Lula e o PT e, simultaneamente, a Conferência de Comunicação. Ela não disfarça sua contrariedade com a democracia. Não quer, de modo nenhum, que a democracia chegue à comunicação", avaliou.
A única discussão que os empresários admitem fazer, segundo Emiliano, é aquela que diz respeito ao controle da Internet. "Aí, eles querem, e muito. A Internet é, na visão deles, um perigoso cavalo desembestado no qual eles pretendem colocar freios. Para nós, a Internet é o território da liberdade, aquele tem permitido a irrupção de vozes dissonantes da grande mídia".
Para Emiliano, o fim da Lei de Imprensa e o fim da obrigatoriedade da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista também são dois acontecimentos que comprovam que a grande mídia está inteiramente desregulamentada. "O baronato da mídia acumula um poder econômico e estratégico muito grande. Controla TVs, emissoras de rádio, sites noticiosos, jornais e revistas tentando sempre afirmar uma ideologia, um pensamento único, de corte neoliberal, e, com isso, afirmar naturalmente seus interesses comerciais, políticos e culturais".
O parlamentar concluiu: "O importante é que ela (a conferência) seja um passo essencial para que toda a sociedade compreenda a comunicação como um direito essencial. Que entenda que a mídia está longe de ser só entretenimento. Que, com ela, o baronato midiático tenta sempre fazer a cabeça de milhões de pessoas e, sob muitos aspectos, o consegue. Se conseguirmos chegar só a isso, já teremos então dado um grande passo".
Informes PT na Câmara, 13/11/09
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