*Benito Paret
O Brasil dispõe de um dos piores serviços de internet em banda larga do planeta. Enquanto a média mundial de velocidade é de 13 megabits por segundo (mbps), 90% dos assinantes brasileiros acessam a rede a, no máximo, 2 mbps. Assim mesmo, nos horários de pouco tráfego. Isso porque as operadoras só se obrigam, por contrato, a garantir conexão a 10% da velocidade contratada. Como a Internet é considerada um serviço de valor adicionado oferecido pelas operadoras, a Agência Nacional de Telecomunicações não fiscaliza, não supervisiona, nem regula as operações.
A União Internacional de Telecomunicações (UIT) define banda larga como conexões iguais ou acima de 2 mbps. Como a maior parte dos contratos não garante além de 10% da velocidade contratada, conclui-se que para a maioria dos brasileiros banda larga é, sem trocadilho, uma ? conexão virtual?. Pior que isso: pagamos pela nossa velocidade de carroça mais que os países europeus e que nossos vizinhos sul americanos. Em julho do ano passado o custo médio mensal, no Brasil, era de US$ 30 por 128 quilobites por segundo (kbps). Nossos irmãos argentinos pagavam, na mesma época, US$ 27 por 512 kbps; e os chilenos US$ 34 em troca de 300 kbps. Na abertura do evento Portugal Tecnológico em Lisboa, em novembro de 2008, ouvimos que o projeto do governo era transformar Portugal numa potência tecnológica. Para isso, o desafios era interligar 100% do país por fibras ópticas e oferecer a todas as empresas e cidadãos acesso à Internet a velocidades de 100 mbps. Achamos, no mínimo, um exagero, mesmo para um país tão pequeno como Portugal. Quando lá voltamos, em maio ultimo, 100% do país estava interligado por fibras ópticas (1% por satélite). E ouvimos que até o final do ano a Portugal Telecom teria vendido um milhão de pacotes de 20 ou 100 mbps. Os de 20, a cinquenta euros mensais. Os de 100, a! setenta. Apenas 4,6% da população brasileira acessam os serviços de banda larga. Na Argentina, a cobertura alcança 6,6%. No Chile, 8,8%. E na Coréia do Sul, 26%. De onde se conclui que a conexão em banda larga, no Brasil, não só é ruim, como também é limitada e cara. A maioria dos municípios brasileiros não oferece conexão dedicada à Internet. Só acesso discado. Muito menos banda larga. Por total desinteresse das operadoras locais. No Rio de Janeiro, nem os municípios da Região Metropolitana, ou sequer os bairros da Zona Oeste têm, na sua maioria, acesso a esse serviço. Pior ainda: paga-se no Rio, o acesso mais caro do Sul e Sudeste, por conta de um ICMS 20% acima dos demais estados da região.
O Brasil dispõe de um dos piores serviços de internet em banda larga do planeta. Enquanto a média mundial de velocidade é de 13 megabits por segundo (mbps), 90% dos assinantes brasileiros acessam a rede a, no máximo, 2 mbps. Assim mesmo, nos horários de pouco tráfego. Isso porque as operadoras só se obrigam, por contrato, a garantir conexão a 10% da velocidade contratada. Como a Internet é considerada um serviço de valor adicionado oferecido pelas operadoras, a Agência Nacional de Telecomunicações não fiscaliza, não supervisiona, nem regula as operações.
A União Internacional de Telecomunicações (UIT) define banda larga como conexões iguais ou acima de 2 mbps. Como a maior parte dos contratos não garante além de 10% da velocidade contratada, conclui-se que para a maioria dos brasileiros banda larga é, sem trocadilho, uma ? conexão virtual?. Pior que isso: pagamos pela nossa velocidade de carroça mais que os países europeus e que nossos vizinhos sul americanos. Em julho do ano passado o custo médio mensal, no Brasil, era de US$ 30 por 128 quilobites por segundo (kbps). Nossos irmãos argentinos pagavam, na mesma época, US$ 27 por 512 kbps; e os chilenos US$ 34 em troca de 300 kbps. Na abertura do evento Portugal Tecnológico em Lisboa, em novembro de 2008, ouvimos que o projeto do governo era transformar Portugal numa potência tecnológica. Para isso, o desafios era interligar 100% do país por fibras ópticas e oferecer a todas as empresas e cidadãos acesso à Internet a velocidades de 100 mbps. Achamos, no mínimo, um exagero, mesmo para um país tão pequeno como Portugal. Quando lá voltamos, em maio ultimo, 100% do país estava interligado por fibras ópticas (1% por satélite). E ouvimos que até o final do ano a Portugal Telecom teria vendido um milhão de pacotes de 20 ou 100 mbps. Os de 20, a cinquenta euros mensais. Os de 100, a! setenta. Apenas 4,6% da população brasileira acessam os serviços de banda larga. Na Argentina, a cobertura alcança 6,6%. No Chile, 8,8%. E na Coréia do Sul, 26%. De onde se conclui que a conexão em banda larga, no Brasil, não só é ruim, como também é limitada e cara. A maioria dos municípios brasileiros não oferece conexão dedicada à Internet. Só acesso discado. Muito menos banda larga. Por total desinteresse das operadoras locais. No Rio de Janeiro, nem os municípios da Região Metropolitana, ou sequer os bairros da Zona Oeste têm, na sua maioria, acesso a esse serviço. Pior ainda: paga-se no Rio, o acesso mais caro do Sul e Sudeste, por conta de um ICMS 20% acima dos demais estados da região.
Instalar computadores nas escolas e distribuir milhares de laptops a professores sem disponibilizar conexão em banda larga é jogar dinheiro fora. Sem conexão que permita baixar filmes, imagens e programas mais pesados, educação pela Internet não passa de ficção. Banda larga não é um luxo, nem se instala computador em escola para jogar paciência e enviar e-mail. Sem banda larga, jamais nos inseriremos na sociedade da informação.
Se há uma área em que o Estado precisa intervir para botar o Brasil em pé de igualdade com seus concorrentes é a da Internet. Essa é uma responsabilidade dos ministérios da Educação, das Telecomunicações, da Ciência e Tecnologia, dos estados e municípios. Sem uma política pública que exija universalização, qualidade e preço, o serviço de banda larga existente, deterá o desenvolvimento tecnológico do país. Sem infraestrutura tecnológica de qualidade e barata nosso ingresso na Era do Conhecimento não passará de discurso vazio. Num mundo que se move a terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os mais rápidos que engolirão os mais lentos.
*Benito Paret é presidente do SEPRORJ - Sindicato das Empresas de
Informática do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Jornal O Globo, caderno Opinião de 04/07/2009
*Benito Paret é presidente do SEPRORJ - Sindicato das Empresas de
Informática do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Jornal O Globo, caderno Opinião de 04/07/2009
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